O Complexo Penitenciário de Gericinó, localizado em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro recebeu nesta terça-feira (27/08), a visita de técnicos do Centro Internacional de Energias Renováveis, CIBiogás, empresa sediada em Foz do Iguaçu, que acompanhados pela equipe técnica da Agenersa, que será responsável pela fiscalização das operações, estiveram no local para coletar amostras de resíduos. O objetivo foi avaliar o potencial bioquímico de metano desses materiais e realizar o estudo de qual tecnologia será aplicada para o melhor aproveitamento, etapa essencial para a futura construção de uma Usina de Recuperação Energética (URE).
Segundo Matheus Ribeiro, Técnico de Engenharia da CIBiogás, as amostras coletadas, provenientes das sobras dos alimentos dos detentos serão encaminhadas ao laboratório da empresa para análise e o resultado vai subsidiar o estudo para a implementação da planta de biodigestão na unidade do Complexo de Gericinó.
“Colhemos as sobras orgânicas dos alimentos consumidos pelos detentos. O biogás produzido poderá ser utilizado tanto para geração de energia elétrica como para a produção de biometano que poderá ser destinado, por exemplo, para o abastecimento veicular da própria unidade prisional,” explicou Ribeiro.
Por meio do termo de cooperação firmado em 01 de novembro de 2022 entre a Agenersa e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), o projeto prevê o processamento de cerca de 400 toneladas de resíduos mensalmente, gerados pela população carcerária de aproximadamente 60 mil apenados, nas unidades prisionais, gerando gás biometano a partir desse lixo, além da utilização de mão de obra de homens e mulheres que cumprem pena de reclusão no local, promovendo a inserção social dos presos.
Esta iniciativa está relacionada diretamente aos esforços do Governo do Estado do Rio de Janeiro frente à transição energética e destaca o papel da Agenersa na promoção da sustentabilidade e inovação no setor de energia, assim como estabelece um modelo pioneiro para o sistema penitenciário brasileiro. Este projeto se torna um exemplo de como práticas inovadoras e parcerias estratégicas podem integrar a gestão de resíduos, a produção de energia e a inclusão social, inspirando futuras iniciativas semelhantes no país.