Começa na segunda-feira (4/5) a obra de tubulação do ramal principal do Canal Santos Dumont, localizado na Região Administrativa de Planaltina-DF. A instalação contribuirá para o fim das perdas de água por infiltração ao longo do canal e aumentará a oferta de água na Bacia do Ribeirão Pipiripau, beneficiando agricultores locais e moradores de Planaltina e Sobradinho.
Os tubos foram adquiridos pela Caesb, com parte do saldo da Tarifa de Contingência implantada pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) durante o período de escassez hídrica. A obra será executada por empresa especializada, contratada pelo Comitê de Bacia do Rio Paranaíba, com recursos provenientes do pagamento pelo uso da água, que é revertido em melhorias na bacia.
O ramal principal do Canal Santos Dumont tem pouco mais de 9 Km de extensão. A tubulação será feita em 8 quilômetros e o restante, que é concretado, será revestido, no futuro, por manta especial.
A presidente da Associação de Usuários de Água do Canal Santos Dumont, Flávia Kikuchi, comemora a implantação. Ela lembra que a tubulação era uma reivindicação antiga dos produtores locais e disse que a obra só foi possível diante do fortalecimento do Comitê de Bacias Hidrográficas do Paranaíba-DF e da proximidade da Adasa com os produtores na busca de soluções. “A união faz a diferença”, afirmou.
A previsão da obra é de seis meses, mas a empresa contratada espera concluí-la antes do prazo.
O projeto de revitalização do Canal Santos Dumont vem sendo desenvolvido há mais de três anos. A iniciativa partiu de ação conjunta da Adasa com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), a Empresa de Assistência e Extensão Rural (Emater), a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Paranaíba (CBH-Paranaíba) e produtores rurais.
Construído em 1984, o canal começou a ser operado em 1989. Ele corre paralelo à estrada principal do núcleo rural e tem oito ramais que receberam tubulações no início do ano passado.
Para o diretor da Adasa Jorge Werneck, a tubulação do ramal principal representa o aumento da segurança hídrica para quase 200 mil pessoas no Distrito Federal. “Essa é uma demanda de mais de 20 anos e que está sendo resolvida por meio da integração de diversos órgãos e iniciativas, de forma continuada. Um exemplo a ser seguido. Lembro quando o Grupo de Trabalho do Canal, do Projeto Produtor de Água do Pipiripau, foi conversar com os agricultores, que se mostraram incrédulos com a solução do problema, em razão de outras tentativas frustradas. Mas aí está, chegando em sua última fase. É o sonho de muitos se realizando”, afirmou Werneck.